Finais de tarde em Bayanzag
O dia é feito de muitos quilómetros até chegarmos aqui.
Saímos de Tsaagan Suvarga pela manhã, deixando para trás a família da Tegi que tem como actividade a criação de camelos. Temos umas 2 horas de todo terreno até chegarmos a Dalanzagdad, das cidades mais importantes da região do Gobi, região conhecida por se terem encontrado diversos esqueletos de dinossauros na área.
Aqui recorremos a um balneário público para irmos ao desejado banho, pois na dinâmica viagem não havendo condições de no meio do deserto e da estepe de tomarmos banho diariamente, esta é a melhor das soluções.
Almoça-se num coreano-mongol, e seguimos até ao Vale dos Dinossauros, após mais um esticão de carrinha todo terreno chegamos a um local de terra vermelha, inóspito, de repente aterramos em Marte. Imaginar que ali há milhões de anos dinossauros circulavam por zonas menos áridas do que hoje aparenta é uma daquelas coisas que nos faz sentir uma migalha nesta cronologia da nossa casa Terra.
Dali saímos em direção ao acampamento da família que nos acolhe. O casal anfitrião na casa dos 60 anos tinham os netos por aqueles dias. Tímidos e reservados não davam grande conversa até ao momento em que tentei trautear algumas palavras em mongol. Daí a haver algum tipo de interação foram uns minutos. O dia começou a querer terminar e ali naquele sítio em especial , mais que noutro local, vais querer parar para ver o sol se pôr.
Todos parámos. A criança subiu para um monte de sucata que o avô guardava por ali, e quando olhei para o lado e a vi iluminada pelo sol só pensei que grande imagem, e de repente soprou uma brisa.
E ali onde nada se passa, são estes momentos simples que marcam o dia a dia.